terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PRAXE FATAL



"Domesticação": a palavra a que se chegou!

Na sequência de texto ontem publicado, registo o apontamento de uma socióloga sobre os comportamentos desajustados dos alunos do ensino superior e o tolerantismo por parte de quem tem o dever de os controlar:







“... as reitorias nunca tiveram vontade de expulsar a praxe ou de a domesticar sequer, porque os reitores precisam de ter os alunos do seu lado”.

tirado do Rerum Natura


SOBRE AS PRAXES

Houve tempos em Coimbra em que não havia praxes, a Academia estava de luto por motivos políticos, como se sabe.

Praticamente ninguém usava o traje, até porque os raríssimos estudantes que se atreviam a tal eram muito mal vistos, quiçá mesmo marginalizados.

Quando essas tradições ressurgiram, muitos anos mais tarde depois do 25 de Abril, nunca foi atribuída especial importância 

As humilhações e as atitudes de subserviência sempre me causaram repugnância, por isso revejo-me completamente neste artigo de José Pacheco Pereira, de que transcrevo algumas passagens:

"É-me pessoalmente repugnante o espectáculo que se pode ver nas imediações das escolas universitárias e um pouco por todo o lado nas cidades que têm população escolar, de cortejos de jovens pastoreados por um ou dois mais velhos, vestidos de padres, ou seja, de “traje académico”, em posturas de submissão, ou fazendo todo o género de humilhações em público, não se sabe muito bem em nome de quê.
...
Ao institucionalizar a obediência aos mais absurdos comandos, a humilhação dos caloiros perante os veteranos, a promessa era a do exercício futuro do mesmo poder de vexame, mostrando como o único conteúdo da praxe é o da ordem e do respeito pela ordem, assente na hierarquia do ano do curso. Mas quem respeita uma hierarquia ao ponto da abjecção está a fazer o tirocínio para respeitar todas as hierarquias. Se fores obediente e lamberes o chão, podes vir a mandar, quando for a tua vez, e, nessa altura, podes escolher um chão ainda mais sujo, do alto da tua colher de pau. És humilhado, mas depois vingas-te. "

O artigo completo aqui.


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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Tenho tanto sentimento

Fernando Pessoa foi à praia 




Tenho tanto sentimento

Que é frequente persuadir-me
de que sou sentimental,
mas reconheço, ao medir-me,
que tudo isso é pensamento,
que não senti afinal.


Temos, todos que vivemos,
uma vida que é vivida
e outra vida que é pensada,
e a única vida que temos
é essa que é dividida
entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
e qual errada, ninguém
nos saberá explicar;
e vivemos de maneira
que a vida que a gente tem
é a que tem que pensar.

               Fernando Pessoa, 18-9-1933
        
      à amizade










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Afinal o que importa

domingo, 12 de janeiro de 2014

Uykusuz Venϋs



Foi Lançado ontem em Lisboa no Hotel Fontecruz na av. da Liberdade em Lisboa, pela Chiado Editora o primeiro livro da poetisa Ana Carolina Martins, intitulado em Turco Uykusuz Venϋs isto é Vénus sem Sono.

Refiro-me a Ana Carolina Martins como Poetisa e não como “modernamente” mas duma forma muito redutora, se pretende englobar numa ordem assexuada todos os Poetas, quer eles pertençam à metade masculina ou feminina da Humanidade.

Por outro lado a própria autora dá-nos uma orientação clara nesse sentido ao intitular a obra de Vénus sem sono, numa referência clara a si própria e ao sexo que representa.



Para além da evidente diferença que o próprio género imprime (inevitavelmente) na formação da visão do mundo, também o acto poético, passa por sentir na pele quer do autor quer do leitor (duma forma claramente sexual) o sabor, o cheiro, a temperatura, a forma e a musicalidade das palavras que exprimem os mais profundos sentimentos e estados de alma.



como tal é da mais elementar justiça reconhecer a maternidade (tal como a paternidade) da obra nascida no fundo do ser, que sente, apreende, absorve e tem a capacidade de sofrer e jubilar, precisamente por não ser assexuado nem normalizado mas antes individualizado na metade da humanidade em que lhe coube em sorte nascer.

Ana Carolina Martins assumiu-se, ontem publicamente, pela 1ª vez como Poetisa.

Uma jovem Poetisa muito prometedora, acrescento eu.


112013

o mar enxuga a vista desmedida
como o manto quente
que me trazes quando estou triste

pergunto-te se ficas

a primeira resposta é vaga
mas acabas por dizer que ficas seis meses à experiência

concordo

mas não ficas.














Ana Carolina Martins  
Uykusuz Venϋs

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A Google ainda vai dominar o Mundo


Eu trabalho com a Internet e sei que nem tudo é de graça (nem podia ser).


Mas o problema não é esse, é mais a existência dum monopólio.

Todos Lutámos contra o monopólio da Microsoft e não entendo o porquê de ser agora correcto termos um novo monopólio, mesmo que ele esteja por trás de uma das mais carismáticas marcas do mundo, ou talvez mais incorrecto ainda por isso mesmo...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

SEXY SOCIALITE

Fiz este video por achar que a música
tem um bom ritmo e é muito bem humorada.

É dedicado 
a todas as mulheres que se sentem

 SEXY's



Chromeo é um duo musical formado em Montreal em 2004, constituído por "P-Thugg" (nome artístico de Patrick Gemayel), nas teclas, sintetizador, e talk box, e por "Dave 1" (nome artístico de David Macklovitch), guitarrista e vocalista.

Amigos de infância, descrevem-se como a melhor colaboração entre um judeu e um árabe de sempre.

O seu género musical é o electrofunk, reminescente da música dos anos 80.


DUMOC GOSTA e RECOMENDA

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

OS RICOS NÃO CRIAM EMPREGO


Numa economia capitalista ( como a de Portugal e a da UE)

os verdadeiros criadores de emprego são os consumidores da classe média.

Taxar os Ricos é a coisa mais sensata que essa economia pode fazer

 para o BEM

 da classe média, dos pobres e dos ricos.

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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Um voto para 2014


"Uma criança nascida hoje vai crescer sem qualquer conceito de privacidade. 

Nunca saberá o que significa ter um momento privado, um pensamento não gravado, não analisado.

E isso é um problema porque a privacidade é importante, a privacidade é o que nos permite determinar quem somos e quem queremos ser."



Estas são palavras retiradas da mensagem de Natal de Edward Snowden, solicitada e emitida pelo Channel 4. São palavras que revelam a realidade terrível em que todos, sem excepção, vivemos.




Impõe-se uma pergunta: Não há nada que possamos fazer para recuperarmos a nossa própria vida? 

Snowden diz, nessa mensagem, que sim, que há:

"a discussão que há hoje irá determinar a confiança que podemos ter na tecnologia à nossa volta e no Governo que a regula (...)

Juntos, podemos encontrar um equilíbrio melhor, acabar com a vigilância em massa, e lembrar ao Governo que se quer saber como nos sentimos, perguntar é sempre melhor do que espiar"






Esse é também o meu voto para o ano que vai começar.
Nota: Não tendo ouvido
 a mensagem a que me refiro, as citações são de notícias lidas em jornais (por exemplo, esta).